Urias - FÚRIA (2022) Hi-Res

As duas primeiras faixas trazem um mistério pro disco, já que você não sabe o que vem por aí, com "Pode Mandar" sendo uma extensão da "Intro". Seguidas pelas anteriormente lançadas, "Racha" e "Foi Mal", logo temos "Aposta", que traz muitos elementos já vistos nas letras do FÚRIA PT. 1, como em "Cadela" e "Racha". A música se transforma num house eletrônico, com gritos e mensagens bem diretas. "Explícito", é um R&B bem sexual, mostra a Urias de jeito bem sensual e sexy, uma coisa que não era muito comum na sua carreira. Além de um feat. do Hodari, que tem uma voz deliciosa. Em "Interlude", vemos um relato de Urias como artista trans, de como ela batalhou para chegar até ali, de onde vem a raiva do disco e como os parâmetros da indústria são baixos pra pessoas cis.

"Classic" é cheia de palavras vindas de um dicionário da Paris Hilton. A música é acompanhada por uma guitarra no fundo, apesar dos temas serem, novamente, similares ao que Urias fez no seu EP auto-intulado. A música mostra como a artista gosta de roupas caras e marcas de grife. Não é um dos destaques do disco. "Peligrosa" continua gigantesca e melhora ainda mais com essa posição na tracklist. "É Tudo Meu" acaba por ser a mais forte do disco até agora, mesmo que não seja uma variação das anteriores, ela se destaca por sua produção ousada. Quando chegamos em "Tanto Faz", temos a música mais distinta do disco, que tem uma letra linda, uma produção mais minimalista, mas que não chega a ser básica.

É sempre interessante quando um artista lança um projeto inteiro. E a Urias chama a atenção por isso. Nesse álbum, ela consegue contar suas dores, sem perder a postura perante seus inimigos. Infelizmente, o disco sofre de repetições relacionadas aos temas e as letras de certas músicas, além de algumas canções que são recheadas de frases em inglês, que acabam por não ser tão atraentes.